
Luiza Recco (Foto: Priscila Dias)
Há oito meses, no dia 14 de março, fomos apresentados ao novo projeto do Jornal Matéria Prima, que daquele momento em diante seria comandado por nós. No começo tudo era novidade. A ideia de escrever para um jornal parecia fascinante. À primeira vista pensei: “Que legal, vou poder atuar como uma verdadeira jornalista, vai ser ótimo. Mal posso esperar”. Que inocência a minha. Eu nem sequer podia imaginar os desafios que teria pela frente.
Foram tantos os momentos especiais, marcantes. É impossível destacar apenas um. São lembranças que levarei comigo para sempre
Logo, as primeiras produções foram surgindo. A cada reportagem, uma nova superação. Aquela zona de conforto inicial foi logo se quebrando. Quem já foi estudante de jornalismo sabe muito bem como é receber vários nãos, esperar horas para ser atendido e no final, ver que muitas vezes, todo o esforço fora em vão. Um mandamento importantíssimo que todos os estudantes devem seguir à risca: nunca depender exclusivamente de órgãos e instituições públicas. Você nunca consegue o que quer “para ontem”, pois sempre há um empecilho no caminho. Não é tão fácil quanto se imagina. É desculpa daqui, desculpa dali. Tem que ter autorização para tudo. É uma burocracia danada. Muitos acabam desistindo. Vai por mim, não é nada bacana.
Nas horas de desespero e pressa, o melhor amigo do aspirante a jornalista que não dirige, é o ônibus. Abençoado seja. Salva a nossa vida nos momentos mais críticos. É necessário andar também com um GPS, pois nunca se sabe para onde você será mandado em busca de pautas. Pode tanto ser num local conhecido como também lá no fim de mundo, onde existem apenas algumas casinhas, pouco comércio e muita, mas muita terra. Como diria a professora, “tem que gastar muita sola de sapato para garantir boas histórias”.
Um jornalista que se preze, anda sempre muito bem preparado e equipado: bloquinho, caneta e gravador em mãos. Senão, a matéria não sai. Outro processo trabalhoso no jornalismo é decupar as entrevistas. Gastávamos horas e horas, para, no final, excluir boa parte da gravação e utilizar um pequeno trecho da resposta. Um belo teste de paciência. Já com algum tempo de prática, fui pegando o jeito, conhecendo os “macetes” para a postagem dos textos no site do jornal. Mas nem sempre foi um mar de rosas. Nos primeiros meses, sofri para aprender técnicas básicas. Tive que apelar para o veterano Altieres, que foi muito bacana e me ajudou muito.
Ao longo dos meses, cresci como pessoa e futura profissional. Hoje, sou mais decidida, corajosa e inovadora
O desânimo, a preguiça e o mau humor estiveram também sempre presentes entre uma produção e outra. Confesso que fui fraca em alguns momentos, pensei em desistir, deixei de fazer alguns textos, por puro medo ou preguiça. Não tive coragem suficiente para enfrentar minhas dificuldades. Achava mais fácil ficar “acomodada”. Mas graças aos conselhos e experiências de vida da professora, fui evoluindo aos poucos. Ao longo dos meses, cresci como pessoa e futura profissional. Hoje, sou mais decidida, corajosa e inovadora. Reconheço as falhas e me esforço para ser sempre melhor.
Não poderia deixar de falar da querida professora Rosane que tanto nos ajudou nessa jornada. Elogiou quando acertamos e chamou a atenção quando foi preciso. Aprendi muito com essa grande profissional. Apesar das cobranças, nervosismo, também nos divertimos muito nos bastidores. Entre uma correção e outra, era pura diversão. Muitas risadas, piadas e gafes que só os jornalistas entendem. Uma nova expressão foi adotada pela turma e ficou conhecida como “Oi”. Em diversos momentos foi usada para definir os mais diferentes sentimentos : espanto, surpresa, alegria, euforia, ironia e questionamento.
Foram tantos os momentos especiais, marcantes. É impossível destacar apenas um. São lembranças que levarei comigo para sempre. Hoje sinto um misto de amadurecimento e realização. Quero agradecer pela oportunidade de ter feito parte desse projeto maravilhoso. Já estou sentindo saudades. Agora é seguir em frente, rumo a novos desafios.